Klaus Baumgart, nasceu em 1951 e é actualmentente um dos mais bem sucedidos autores e ilustradores de livros infantis. Recebeu já vários prémios, e os seus livros, publicados em 29 línguas, venderam já mais de 4 milhões de exemplares pelo mundo inteiro. Para além da sua actividade como ilustrador de livros infantis, Klaus lecciona também Design e Comunicação na Faculdade de Ciências Aplicadas de Berlim, onde vive actualmente com a mulher, a filha e o cão, Barny.
Entrevista
Sempre quis ser ilustrador?
Sim, sempre adorei desenhar e pintar. Na escola, eu costumava fazer pequenos desenhos para divertir os meus colegas.
Prefere escrever ou ilustrar?
Eu gosto de ambas as coisas. Quando escrevo, aparecem imagens na minha cabeça, as quais depois desenho, mas o processo funciona ao contrário também.
Qual era o seu livro favorito em criança?
Eu adorava os livros do Petzi, de Carla e Wilhelm Hansen. Também gostava de alguns contos de fadas.
Quem é o seu autor favorito?
Admiro muitos autores infantis, mas penso que Tony Ross é o primeiro a vir-me à cabeça. Admiro o seu humor e as mensagens que transmite, a leveza e vitalidade das suas ilustrações.
Como surgiu “A Estrela de Laura”?
A história de A Estrela de Laura surgiu-me durante umas férias em Creta. Estava a admirar as estrelas, a olhar para a imensidão do espaço – todos conhecemos esse sentimento e é esse sentimento que espero ter conseguido transmitir no livro. Então pensei o seguinte: o que aconteceria se uma dessas minúsculas estrelas caisse na Terra? Esbocei logo uma estrela, mas estava numa gaiola, como um pequeno pássaro. Foi assim que começou A Estrela de Laura, mas apercebi-me logo que a estrela teria de ser libertada. A história desenvolveu-se como um puzzle a partir daí. Uma imagem fez surgir uma história e a história fez surgir mais imagens e por aí em diante.
Como é o seu processo de trabalho?
Normalmente as minhas histórias começam com um pequeno rabisco, uma ideia. Algumas desenvolvem-se depressa, como no caso de A Estrela de Laura. Outras ainda as tenho sentadas na minha cabeça ou no meu caderno de rascunhos – estão lá ideias, à espera que as histórias cheguem. O abrir mundos de fantasia não é um processo mecânico. A criatividade é como o oceano, vaza e enche, por isso tento apenas fluir com ele, usando as técnicas ou talentos que possa ter.
O que gosta mais na escrita e na ilustração?
Antes de mais, sou ilustrador; os meus primeiros livros eram mais visuais e tinham muito pouco texto. Com o tempo, acabei também por desenvolver a escrita e, com a prática, cada vez gosto mais de o fazer. Ilustrar é a minha segunda natureza, não é uma escolha, faz parte de mim.